Máfia dos Fiscais

O episódio conhecido como "máfia dos fiscais" teve início em dezembro de 1998. A comerciante Soraia da Silva terminava a reforma de uma loja na rua Augusta para abrir uma academia quando foi abordada por dois fiscais. Eles ameaçaram embargar a obra e criar obstáculos para que a academia pudesse funcionar. A alternativa de Soraia era pagar R$ 30 mil à quadrilha. Indignada, a comerciante denunciou a extorsão e o Ministério Público preparou o flagrante. O acerto foi feito em três cheques pré-datados. O chefe dos fiscais da regional, Marco Antônio Zeppini, foi preso e com ele os promotores encontraram três agendas contendo um detalhado relatório da corrupção. Mais que isso. Com Zeppini estavam R$ 140 mil. "Tinham tanta certeza da impunidade que faziam corrupção com cheque pré-datado", observou o promotor Roberto Porto.

O episódio acabou expondo a lama da administração municipal: descobriu-se que a propina estava arraigada na cidade da cessão de espaço na calçada para os camelôs à fiscalização de coleta de lixo. Mais de 600 pessoas foram investigadas, 155 denunciadas e 49 condenadas. Entre os vereadores foram dezesseis sob investigação. Oito deles foram denunciados (José Izar, Hanna Gharib, Maeli Vergniano, Maria Helena, Dito Salim, Faria Lima, Armando Mellão e Vicente Viscome, este condenado e preso).